A SEMA anuncia a criação de uma força-tarefa para proteger a Cantareira | RECANTA


    19-01-2010



    2010, Ano Internacional da Biodiversidade vai discutir extinção de espécies

    Fonte: EcoAgência
    Apesar de 2010 ser o Ano Internacional da Biodiversidade, não há muito o qu…


    Mais »


    12-01-2010



    Transbordamento do Rio Atibaia

    Fonte: Agência Brasil
    O coordenador da Defesa Civil do município de Atibaia (a 69 quilômetro…


    Mais »


    12-01-2010



    Manancial da Cantareira opera próximo do limite

    Manancial da Cantareira, o maior de São Paulo, opera próximo do limite
    Fonte: Agência Brasil…


    Mais »


    07-01-2010



    Monitoramento por satélite de áreas desmatadas chegará a todos os biomas

    Monitoramento por satélite de áreas desmatadas chegará a todos os biomas
    Fonte: Agência Bras…


    Mais »

A SEMA anuncia a criação de uma força-tarefa para proteger a Cantareira

OLHOS DE ÁGUIA SOBRE A CANTAREIRA

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (SEMA) anunciou a conclusão de um plano de proteção ambiental para a região da Serra da Cantareira, batizado de Olhos de Águia. Apesar de reconhecida pela UNESCO como Reserva da Biosfera e de abrigar mais de 100 mananciais responsáveis pelo abastecimento de 9 milhões de habitantes da Grande São Paulo, a região sofre desmatamento em ritmo acelerado. Nos anos 90, a serra foi invadida por 143 loteamentos clandestinos, problema que se agravou em 1997, quando foi derrubado 1 milhão de árvores. Em seguida, a região se tornou alvo de empreendimentos para as classes média e alta. Entre 2004 e 2007, a serra perdeu 1,4 milhão de metros quadrados de área verde. Nesse mesmo período, 865 alvarás de construção para condomínios de casas de alto padrão foram expedidos pelas prefeituras de Franco da Rocha, Caieiras, Mairiporã e São Paulo, pertencentes à Bacia Cantareira-Juqueri. Em troca da autorização para a construção, foram oferecidas compensações ambientais que, por falta de fiscalização, não aconteceram.

A SEMA anuncia a criação de uma força-tarefa para proteger a Cantareira. Um pacote de medidas será anunciado às prefeituras que têm em seus territórios parcelas da maior floresta urbana do mundo.

Além da criação de um novo parque estadual de 1,74 milhão de metros quadrados, área equivalente à do Horto Florestal e àquela devastada nos últimos cinco anos, o governo estadual anuncia também o fortalecimento da fiscalização numa área de 78.689,36 hectares, que inclui a zona de amortecimento do Parque Estadual da Cantareira.

Conforme o plano, mais de 30 policiais militares estarão a postos nas estradas da região da serra para impedir o transporte irregular de madeira e o despejo de entulho. Lojas de material de construção, que proliferam em áreas de invasões e de loteamentos clandestinos, serão fiscalizadas. A Polícia Ambiental, por sua vez, fará sobrevoos quinzenais para confrontar imagens de satélite com a realidade observada no solo. Detectadas alterações, equipes de técnicos serão deslocadas até o ponto de desmatamento e, ainda que ninguém seja encontrado, os donos das terras devastadas poderão ser autuados com base nas imagens das mudanças. Empreendimentos que desmataram mais do que o permitido também poderão ser, finalmente, flagrados.

img0187vi3.jpg

Foto aérea do complexo do grupo Arautos do Evangelho
http://img218.imageshack.us/my.php?image=img0192im4.jpg

Favelas, loteamentos clandestinos, lixões, condomínios de alto padrão, comércio irregular se expandem na região graças à falta de fiscalização. Leis de zoneamento são aprovadas, estabelecendo áreas de proteção ambiental e penalidades para os infratores. No entanto, boa parte delas é esquecida diante dos atrativos que a indústria da construção apresenta aos municípios, com as propostas de empreendimentos de alto padrão que resultam em aumento na arrecadação, geração de empregos e ampliação do comércio e serviços.

De acordo com o engenheiro agrônomo Antonio Queiroz, coordenador do grupo de trabalho do Plano de Proteção da Serra da Cantareira objetivo inicial é “definir a fronteira da ocupação urbana e evitar o seu avanço sobre as áreas de conservação”. Por isso, foi intensificado o monitoramento: “Com a fiscalização aérea, serão determinadas as coordenadas de todo o desmatamento que a gente conseguir encontrar e, por terra, embargamos a área”, explica.
Também serão definidos os limites da mancha urbana e de remanescentes de vegetação com o auxílio de imagens de satélite. “Dessa forma, poderemos fazer a autuação de uma pessoa que tenha cortado vegetação mesmo sem vê-la em ação”, afirma o engenheiro. Esse monitoramento, por meio do sistema GPS, está previsto para ocorrer em toda a área durante seis meses.
O plano para a Cantareira foi anunciado na presença de prefeitos e autoridades das cidades abrangidas pela região: Arujá, Caieiras, Franco da Rocha, Guarulhos, Mairiporã, Santa Isabel e São Paulo. O objetivo é desenvolver o trabalho em conjunto com os municípios para a efetivação de outras três frentes de ação: educação ambiental, recuperação de vegetação e criação de novas unidades de conservação.
(Fonte: Simone de Marco, da Agência Imprensa Oficial Extraído de: Governo do Estado de São Paulo  e OESP, 19/02/2009, Notas e Informações, p. A3)