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Animais silvestres morrem durante obras do Rodoanel
Animais silvestres mortos por obras do Rodoanel
Pesquisador das interferências da ação humana no Parque Estadual Xixová-Japuí, em São Vicente, o professor da Unesp Dênis Abessa acredita que manter animais silvestres em más condições caracteriza um crime ambiental. “A alta taxa de morte dos animais remanejados no Rodoanel indica algum problema na coleta, no transporte ou nos momentos seguintes dessas operações”, afirma. “Nesses casos você ultrapassa a esfera do dolo, da intenção. As mortes poderiam ter sido evitadas. A Lei de Crimes Ambientais só prevê punição quando há vontade livre e consciente de matar. Aqui pode ter havido imprudência, imperícia ou negligência. Se ficarem provadas , os responsáveis poderão responder pelos danos. Já na esfera civil poderão ser punidos administrativamente, com multas”, explica o jurista Jair Jaloreto Junior, especialista na área ambiental. MUTILAÇÃO Entre os bichos que sobreviveram está uma preguiça de três dedos que chegou em outubro de 2007 ao santuário Rancho dos Gnomos, que há 18 anos acolhe animais silvestres em Cotia. Ela tinha parte do corpo queimado por fios de alta tensão e teve a pata esquerda amputada, porque as garras haviam sido mutiladas. “Por sorte conseguimos tratar e o animal sobreviveu”, conta Marcos Pompeu, do santuário. Sua mulher, Silvia, lembra que durante as obras do Trecho Oeste do Rodoanel, entre 1998 e 2002, também recebeu vários animais precisando de tratamento veterinário. “Hoje só acolhemos casos de emergência. A Polícia Ambiental sempre trouxe os animais para cá, mas não recebemos nenhum dinheiro da Dersa pelo que fazemos.” O Rancho abriga atualmente quatro centenas de animais silvestres, incluindo 13 leões que estavam em circos, um tigre, uma jaguatirica, além de preguiças, macacos e aves. Outro animal vítima das obras do Trecho Sul é um macaco bugio, que teve quatro dedos de uma mão queimados em fios elétricos. “O Juninho chegou ainda bebê aqui. Operamos e ele vive bem agora”, comenta Silvia. A mesma sorte não teve um veado catingueiro. Levado ao santuário por funcionários da Dersa em 1º de agosto, morreu quatro dias depois. “Foi o estresse. Quando os veados são capturados, é preciso ter muito cuidado”, observa Pompeu. O laudo da necropsia da veterinária Kelli Spitaletti constatou ferimentos por todo o corpo, além de congestão e edemas pulmonares. Outros três veados catingueiros morreram na clínica veterinária de Felipe Giacobini, localizada na cidade de Embu, na Grande São Paulo. “Foi o pessoal da Polícia Ambiental que trouxe os animais, em momentos diferentes”, explica o veterinário. EUTANÁSIA Todos precisaram passar por eutanásia, por causa dos ferimentos múltiplos e da impossibilidade de sobreviver. Um dos veados catingueiros, espécie ameaçada de extinção, estava com a coluna vertebral fraturada. Outro teve a parte posterior do corpo mutilada por mordidas de cães. “Com certeza foram cachorros da vizinhança da obra. Os veados, à procura de alimentos, ficam perdidos entre a urbanização e o Rodoanel.” O Estudo de Impacto Ambiental do Trecho Sul identificou a existência de 163 espécies de aves, 23 de mamíferos e nove de répteis que habitavam as áreas das obras, principalmente nas cidades de São Bernardo do Campo e Diadema. As obras começaram em 2007. Eduardo Reina. O Estado de São Paulo, 6 de abril de 2009 |
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